terça-feira, 7 de maio de 2024

IV Encontro de Cultura Cigana de MT

 MAIO CIGANO

Programação ocorrerá durante todo o mês de maio e envolve encontro de mulheres, oficina de Chibe, lançamento da minissérie Luzia e As Calins do Cerrado e campanhas de valorização dos povos ciganos

A Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso (AEEC-MT) preparou para este mês de maio, quando comemoramos no Brasil o Dia Nacional dos Povos Ciganos (24 de maio), uma série de atividades visando marcar a data. Trata-se do IV Encontro de Cultura Cigana de Mato Grosso, um evento que reúne programações paralelas que ocorrem em Cuiabá, Rondonópolis e Tangará da Serra.

Por meio de duas iniciativas, uma física e outra virtual, a AEEC-MT realiza uma campanha de valorização dos povos ciganos e disseminação de suas culturas, histórias e tradições. A primeira delas, a campanha “O que você conhece sobre os povos ciganos”, começa logo no início do mês.

Foram elaborados cards que serão postados nas redes da AEEC-MT durante o mês, com informações qualificadas do universo cigano e uma foto exclusiva da comunidade cigana mato-grossense e sua participação no III Encontro de Cultura Cigana de MT, que ocorreu em 2023, também nestes três municípios. 

As imagens são assinadas pela fotógrafa Ju Queiroz, a identidade visual campanha é de Tamii, projeto expográfico de Rodrigo Zaiden, com curadoria de Aluízio de Azevedo.

Além disso, a campanha conta ainda com a Exposição Diquela, que ganhará as ruas da Capital Mato-grossense a partir do dia 24 de maio. 

Em formato de lambes que no conjunto trazem uma narrativa próxima e intimista do universo dos Calon, um dos três troncos étnicos ciganos – os outros dois troncos são os Rom e os Sinti. As fotos da exposição são da fotógrafa Karen Ferreira, com identidade visual de Tamii, projeto expográfico de Rodrigo Zaiden e curadoria de Aluízio de Azevedo.

Já no dia 11 de maio, ocorre a Oficina de Chibe, em Tangará da Serra e no dia 25 de maio, o II Encontro de Mulheres Ciganas de Mato Grosso e o lançamento da minissérie Luzia e As Calins do Cerrado, em Cuiabá.

Oficina de Chibe: Reavivando a Língua Calon

A I Oficina de Chibe: Reavivando a Língua Calon envolve 50 pessoas Calon de Tangará da Serra. Iniciativa inovadora no Brasil, é dedicada exclusivamente às pessoas ciganas e realizada no dia 11 de maio, por meio do Edital Viver Cultura 2022, da Secel-MT. 

A Chibe é um dos elementos culturais mais significativos dos Calon, servindo como um marcador cultural e de proteção. O evento visa promover a interação e a troca de conhecimento entre jovens e anciãos ciganos para preservar a Chibe. 

Quinze líderes ciganos idosos foram incluídos no projeto como mestres da cultura cigana, por serem guardiões da Chibe e responsáveis por transmiti-la à juventude. Para isso, a oficina disponibiliza materiais pedagógicos exclusivos, desenvolvidos com base na lógica de pensamento da Chibe e da cultura Calon.

II Encontro de Mulheres Ciganas de MT

Os encontros de mulheres ciganas têm como objetivo o reconhecimento das mestras Calins e de seus conhecimentos como manifestações importantes do patrimônio cultural cigano, mato-grossense e brasileiro. 

O primeiro encontro ocorreu em Rondonópolis, em 2021, com a participação de 15 mulheres Calins. Agora, o evento será em Cuiabá, em 11 de maio, com a presença de 20 participantes. 

Financiado pelo edital Viver Cultura 2022 da Secel-MT, essa iniciativa fortalece os laços entre as mulheres ciganas, promovendo a troca de experiências entre elas. A programação inclui uma roda de diálogo sobre a medicina tradicional cigana, uma especialidade de muitas mestras ciganas. 

O objetivo é valorizar e preservar as expressões culturais mantidas pelas mulheres Calins e combater os estereótipos racistas e discriminatórios contra elas.

Luzia e As Calins do Cerrado

A série "Luzia e As Calins do Cerrado", composta por cinco episódios, é a segunda temporada produzida pela AEEC-MT  que retrata as mulheres ciganas Calins.

O termo "Calin" é uma autodonominação das mulheres do tronco étnico Calon, representando um forte senso identitário e valorização de conhecimentos, tradições, narrativas e memórias femininas, que enfrentam não apenas o racismo, mas também a opressão machista.

A primeira temporada, intitulada "Diva e as Calins de MT", em 5 episódios, fazia parte do projeto "Diva e As Calins de Mato Grosso: Ontem, Hoje e Amanhã", financiado pela Lei Aldir Blanc da Secel-MT, que reconheceu a raizeira e benzedeira Maria Divina Cabral, a Diva, como mestra da cultura mato-grossense.

A nova temporada ampliou sua perspectiva, incluindo Calins de Goiás e chegando a outros territórios Calon do cerrado, destacando a importância desse bioma na série e sua ligação com os costumes e estilo de vida cigano destes grupos que vivem em MT e GO.

A matriarca Maria Luzia Alves, de Sinop (MT), será a figura simbólica desta temporada, acompanhada por Zilma Rodrigues (Rondonópolis), Sara Macedo (Goiânia), Audelena Dias (Rondonópolis) e Fernanda Caiado (Cuiabá), que estrelam os outros episódios.

A obra aborda aspectos históricos, a vida rural e nômade em barracas, a organização social nas cidades que dialogam ou contrastam com a sociedade mato-grossense atual, e a visão das mulheres Calins para preservar identidades e cultura no futuro.

Rompendo com paradigmas racistas e machistas, a produção busca um diálogo empoderado com as participantes, respeitando a forma como desejam ser representadas. 

O financiamento da série é realizado por meio do edital Mulheres em Movimento 2023 – por Solidariedade, Justiça e Democracia, uma ação do Fundo Social Elas + - Doar para Transformar: https://fundosocialelas.org/.

Rosana Cruz, presidente da AEEC-MT e coordenadora do II Encontro de Mulheres Ciganas de MT

Ficha Técnica IV Encontro de Cultura Cigana de MT

Realização – Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso (AEEC-MT) e Secretaria de Estado de Cultura, Esportes e Lazer de Mato Grosso (Secel-MT)

Apoio – Assembleia Social – Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT)

Coordenação Geral – Aluízio de Azevedo e Fernanda Alves Caiado

Coordenação Geral Adjunta – Rodrigo Zaiden

Produção Executiva – Rosana Cristina Alves de Matos Cruz e Fernanda Caiado

Assistente de Produção Executiva – Nilva Rodrigues Cunha, Adriana Rodrigues Angola e Jéssika Loraynne Cabral Lima Leme

Fotografias: Karen Ferreira e Ju Queiroz

Direção de Produção – Rodrigo Zaiden

Assistência de Direção de Produção - Tamii

Produção Local – Rosana Cristina Alves de Matos Cruz, Adriana Rodrigues Angola, Simone Carla Rodrigues de Oliveira, Aldi Rodrigues e Eunice Alves. 

Assessoria de Comunicação e Imprensa – Aluízio de Azevedo

Direção de Arte – Rodrigo Zaiden

Designer Gráfico e Idendidade Visual – Tamii

Consultorias ciganas: Terezinha Alves, Irandi Rodrigues Silva, Nilva Rodrigues Cunha

Grupo de Danças Tradição Cigana: Audelena Dias Cabral

Contabilidade: Jéssika Lorrayne Cabral Lima Leme


Ficha Técnica Oficina de Chibe

Realização: Secretaria de Estado de Cultura, Esportes e Lazer de MT (Secel-MT)

Proponente: Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso (AEEC-MT)

Coordenação Geral – Adriana Rodrigues Angola e Aluízio de Azevedo

Coordenação Pedagógica – Eunice Alves

Direção de Programação – Aldi Rodrigues

Direção de Produção – Simone Carla Rodrigues Oliveira

Direção de Arte – Rodrigo Zaiden

Consultoria Pedagógica e Assessoria de Comunicação – Aluízio de Azevedo

Produção Executiva – Adriana Rodrigues Angola, Fernanda Caiado e Rosana Cruz

Identidade Visual e lay out – Tamii e Rodrigo Zaiden

Videomaker – João Aquino


Ficha Técnica II Encontro de Mulheres ciganas de MT

Realização: Secretaria de Estado de Cultura, Esportes e Lazer de MT (Secel-MT)

Proponente: Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso (AEEC-MT), por meio de sua representada, Rosana Cristina Alves de Matos Cruz

Coordenação Geral: Rosana Cristina Alves de Matos Cruz e Aluízio de Azevedo

Produção Executiva: Fernanda Caiado e Rosana Cristina Alves de Matos Cruz

Direção de Arte e Direção de Produção: Rodrigo Zaiden

Assistente de Produção - Tamii

Consultoria Pedagógica e Assessoria de Comunicação – Aluízio de Azevedo

Identidade Visual e lay out – Tamii e Rodrigo Zaiden


Ficha Técnica Luzia e As Calins

Realização: Núcleo de Audiovisual da AEEC-MT

Patrocínio: Edital Mulheres em Ação 2022 – Fundo Elas +

Direção Geral – Rodrigo Zaiden

Codireção – Aluízio de Azevedo e Karen Ferreira

Pesquisa e Roteiro – Aluízio de Azevedo

Produção Executiva – Rosana Cristina Alves de Matos Cruz e Fernanda Caiado

Direção de Fotografia – Karen Ferreira

Edição, Montagem e Finalização – Raquel Beatriz

Captação de Som Direto – Rodrigo Zaiden

Elaboração do projeto, As


sessoria de Comunicação e Imprensa – Aluízio de Azevedo

Trilha Sonora Original e Designer de Som – Caju

Parceria Musical Kalo Chiriklo – Aline Miklos

Designer e Identidade Visual – Rodrigo Zaiden

Consultoria de Roteiro – Irandi Rodrigues Silva

Mulheres Ciganas nos Episódios

Luzia Alves, Sara Macedo, Zilma Rodrigues, Audelena Dias Cabral e Fernanda Caiado


Você sabia que o IBGE não contabiliza povos ciganos no censo populacional brasileiro?

Apesar de estarmos no Brasil desde os primórdios da colonização (o primeiro registro escrito da chegada de um Calon ao país é de 1.574), o IBGE não faz a contagem dos povos ciganos no censo populacional?

Desde os anos 2000, o movimento cigano brasileiro tem pressionado o governo federal para que o IBGE faça essa contagem dos povos ciganos no censo.

Em 2020, o Ministério Público Federal (MPF) recomendou ao órgão que incluísse os povos ciganos no censo, entretanto, à revelia, o IBGE descumpriu a recomendação.

Como o IBGE não faz essa contagem, tudo fica dificultado para elaboração de políticas públicas afirmativas.

Saber informações confiáveis e seguras é super importante para que o poder público, em suas três esferas, promova políticas específicas, que atendam às nossas necessidades.

A invisibilidade histórica afeta os povos ciganos não apenas nos sistemas de informação oficiais do governo brasileiro.

As culturas e histórias ciganas estão ausentes dos livros didáticos, de história, de literatura e outros produtos simbólicos e culturais.

Nilva Rodrigues Cunha (Ronodonópolis) e Eduardo Alves Teixeira (Tangará da Serra) durante oficina realizada com o MPF em 2023

E quando aparecemos, somos citados de forma estereotipada e preconceituosa, que não corresponde com as nossas realidades.

Essas estratégias de opressões simbólicas, se combinam com o racismo estrutural, e a realidade hoje é de excluso e desigualdade social para a maioria dos grupos Romani.

Mas seguimos resistindo como identidades de resistência: com culturas milenares, mantendo valores, tradições, cosmologias e mitologias.

Apesar da perseguição estatal, nós contribuímos com a cultura, a identidade, a economia e a cultura nacional, enriquecendo a diversidade cultural do país.

Acompanhem nossas postagens, compartilhem e nos ajudem a quebrar estereótipos e preconceitos históricos sobre os três troncos étnicos ciganos, os Calon, os Rom e os Sinti.

Durante todo o mês de Maio publicaremos cards e carrosséis trazendo diversas informações qualificadas acerca dos povos ciganos.

Fotos: @Juqueiroz; Artes: @Rodrigozaiden e @apenasTamii; textos: @aluiziodeazevedo

#povosciganos #ciganos #ciganas #Calon #Rom #Sinti #Romah #gypsy #gitanos #povostradicionais #tradição #cultura #maiocigano #24demaio #Matogrosso #Brasil #anticiganismonuncamais #combateaoracismo #dianacionaldosciganos #aeecmt



sábado, 4 de maio de 2024

Você sabia que o correto é falar Povos Ciganos no plural e não povo cigano no singular?

Calon, Rom e Sinti são os três principais troncos étnicos que conformam os povos ciganos no Brasil 

Pois é, o nome “ciganos” é um genérico criado pelos portugueses para denominar diversos grupos e três grandes troncos étnicos, os Calon, os Rom e os Sinti, que por sua vez se subdividem em outros inúmeros subgrupos.

Também não é correto falar em etnia cigana no singular. Podemos falar em etnias ciganas no plural, dada essa diversidade interna.

Os Calon têm um longo período e histórico com países da Península Ibérica como Espanha e Portugal e foi de lá que chegaram no Brasil desde os primórdios da colonização, justamente expulsos, degredados, por serem ciganos.

Na foto três mulheres Calins, isto é, pertencentes à etnia Calon da comunidade de Tangará da Serra

Os Rom tem um longo histórico de contato com países do Leste Europeu e Balcânicos, e se subdividem em uma infinidade de ramos internos como os Lovari, os Boiashi, os Ursari, os Hohoranê e os Kalderash, em maior número no Brasil.

Já os Sinti têm maiores contatos históricos com países como Itália, Alemanha e Europa Central e Norte.

Mas esta não é uma regra absoluta. Há Roms convivendo em toda Europa, assim como Sintis e Calons.

No Brasil, os Calon adquiriram características próprias e se subdividem territorialmente pelos estados e regiões brasileiras. Também são conhecidos como ciganos tropeiros.

Cada Tronco étnico e seus subgrupos têm histórias, memórias e tradições próprias, que por vezes se assemelham, mas mantém aspectos completamente diferentes, a exemplo das línguas e dos modos como vivenciam o casamento ou o luto, por exemplo.

Do mesmo modo, os Calon de Brasil, são diferentes dos Calon de Portugal e dos Kalé, de Espanha, ou os Kalé de países da América, como Argentina e Chile, apesar de serem do mesmo tronco étnico.

Saber essas diferenças é importante, principalmente, quando vamos falar de serviços e políticas públicas, em áreas como saúde e educação.

Também para ajudar a quebrar estereótipos e preconceitos seculares que insistem em permanecer no imaginário social brasileiro, reforçando o racismo estrutural.

Acompanhem nossas postagens, compartilhem e nos ajudem a quebrar estereótipos e preconceitos históricos sobre os três troncos étnicos ciganos, os Calon, os Rom e os Sinti.

Durante todo o mês de Maio publicaremos cards e carrosséis trazendo diversas informações qualificadas acerca dos povos ciganos.

Fotos: @Juqueiroz; Artes: @Rodrigozaiden e @apenasTamii; textos: @aluiziodeazevedo

#povosciganos #ciganos #ciganas #Calon #Rom #Sinti #Romah #gypsy #gitanos #povostradicionais #tradição #cultura #maiocigano #24demaio #Matogrosso #Brasil #anticiganismonuncamais #combateaoracismo #dianacionaldosciganos #aeecmt

sexta-feira, 3 de maio de 2024

Nota de Pesar Tia Nelsa

 


NOTA DE PESAR

A comunidade cigana mato-grossense amanheceu hoje (03.05) mais triste. Faleceu nesta madrugada Venelci Rodrigues Souza, 74 anos, uma das mais respeitadas anciãs no Estado.

Tia Nelsa, como era mais conhecida, era viúva de Antônio Dias e mãe de Aldeir Rodrigues Dias, também in memorian. Deixa sete irmãos e irmãs vivas e uns quase 100 sobrinhos e sobrinhos-netos.

Natural de Uberlândia, tia Nelsa viveu de forma nômade entre os Estados de Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás até 10 anos atrás quando perdeu o marido e se aquietou em Tangará da Serra, onde vivem a imensa maioria dos irmãos e irmãs.

Vá com Deus Tia Nelsa e os sentimentos à toda a comunidade cigana mato-grossense enlutada, em especial, a comunidade tangaraense.

quarta-feira, 1 de maio de 2024

Maio Cigano: O que você conhece sobre Povos Ciganos?

 

Campanha é uma das atividades programadas para o IV Encontro de Cultura Cigana de MT, preparado pela AEEC-MT marcando o mês de maio

Você sabia que o dia Internacional dos Povos Ciganos é comemorado em 08 de abril e no Brasil o Dia Nacional dos Povos Ciganos é comemorado em 24 de maio?

A data foi estabelecida por meio do Decreto Presidencial de 25 de maio de 2006, assinado pelo presidente Lula.

E foi escolhida pois na mesma data é comemorado o dia de Santa Sara Kali, padroeira de muitos grupos ciganos, principalmente, que vivem em Europa.

Para comemorar, a AEEC-MT lança hoje, 01 de maio, uma campanha virtual de valorização dos povos ciganos.

Integrado a programação do IV Encontro de Cultura Cigana de MT, a campanha também tem como objetivo combater a discriminação e o racismo estrutural contra os pessoas ciganas.

Durante todo o mês de Maio publicaremos cards e carrosséis trazendo diversas informações qualificadas acerca dos povos ciganos.

Acompanhem nossas postagens, compartilhem e nos ajudem a quebrar estereótipos e preconceitos históricos sobre os três troncos étnicos ciganos, os Calon, os Rom e os Sinti.

Foto de Casamento cigano do tronco Calon. Arquivo Pessoal Aluízio de Azevedo.

A primeira foto da campanha, que conta com dois cards com textos e um com foto, é do arquivo pessoal de Aluízio de Azevedo e traz um casamento Calon.

As fotos que estrelam a campanha são da fotógrafa @Juqueiroz. As artes de @Rodrigozaiden e @Tamii e textos de @aluiziodeazevedo

#povosciganos #ciganos #ciganas #Calon #Rom #Sinti #Romah #gypsy #gitanos #povostradicionais #tradição #cultura #maiocigano #24demaio #Matogrosso #Brasil #anticiganismonuncamais #combateaoracismo #dianacionaldosciganos #aeecmt


sábado, 27 de abril de 2024

Povos Ciganos se manifestam contra pesquisadores colonizadores

Eles e elas, pesquisadores, principalmente antropólogos e historiadores sabem bem: os Povos Ciganos estão no Brasil desde a colonização. Sabem que fomos escravizados em muitas "civilizações", e que enquanto povos racializados, de etnias e cosmologias, tradições outras, divergentes dessas consideradas ocidentais e COLONIZADORAS.

Estamos a resistir e a lutar pela simples subsistência da vida, não de hoje. Por muito tempo, nossos territórios têm sido explorados, ao passo em que, muitas vezes sem termos tempo para nos darmos conta, somos tratados enquanto OBJETOS de pesquisadores. Essa prática etnocentrista tem sido aplicada enquanto metodologia rentável, capaz de proporcionar títulos, cargos, poder e riquezas para quem até aqui, só nos enxerga por meio desse ângulo de visão: colonizador, colonialista, colonial...

É muito recente nosso acesso a alguns espaços e lugares desses conhecimentos outros da hegemonia e isso tem incomodado e muito!

É mais que legítimo reforçar que tais pessoas batem em nossas portas e comunidades em busca de conhecimento para suas pesquisas, passam a conviver e aprender, e a partir dessas pesquisas, passam em concursos, assumem cargos, viram referências e até mesmo nossos representantes. Não legitimamos mais que falem em nossos nomes. Somos postos como incapazes de nos representar e falar por nós pelos próprios, que um dia beberam em nossas fontes e fizeram da nossa cultura e conhecimento sua escada de sucesso.

Depois de explorar e se apropriar, querem seguir nos usurpando e sendo muito bem pagos para isso.  Desde sempre suspeitamos e hoje estamos convictos de que precisamos dar um basta! Em um último acontecimento, um suspeito mapeamento de pesquisa, financiado com dinheiro público, tem sido o estopim e a certeza do que outrora suspeitamos: estão nos usando. Dando migalhas, enquanto seguem nos tratando enquanto "objetos" declarados.

Aqui no coletivo, tivemos um recente acontecimento, em que uma Universidade federal, em sua área da educação, em que mais uma vez, no ano de 2024, chamaram ao debate sobre nossas vidas, onde nenhuma pessoa cigana estava presente na mesa. E fomos acusados de raivosos quando ousamos reclamar desse lugar de objeto.

Nossos "analfabetos" valem R$ 700,00, enquanto doutores que nos usurpam, valem mais R$ 3.000,00!

Seguem querendo nos rebaixar e empurrar para as margens... Enquanto seus artigos científicos são regados de teorias decoloniais.

Não aceitaremos mais! #nãoaospesquisadorescolonizadores; #nãoaospesquisadorescolonialistas; #nãoaospesquisadorescoloniais

Nossos saberes, nossos anciões e lideranças não tem preço! Nossos baús de ouro são de valor inestimável! Nosso povo merece respeito, dignidade e reconhecimento.

Os limites dos pesquisadores e suas pesquisas que de nada até aqui serviram, extrapolou os limites do aceitável!

#NadaDeNósSemNós

#NadaSobreNósSemNós

#PovosCiganosContraPesquisadoresColoniais

#Chega

1) Associação Nacional das Etnias Ciganas 

2) Roda Cigana Rede Humanitária –

3) Associação Centro de Estudos e Discussões Romani – CEDRO

4) Associação Vicente Vidal de Negreiros – Sousa/PB.

5) Associação Pedro Benício Maia – Sousa/PB

6) Associação Cigana Cambre

7) Associação Comunitária Otávio Maia – Sousa/PB 

8) Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso 

9) ACIRGS– Associação Ciganos Itinerantes do Rio Grande do Sul

10) Associação Cigana Aurora Martim – PB

11) Coletivo da Familia Claudomiro Cigano – Conselheiro Lafaiete

12) Comunidade Eugenio Lacerda

13) Comcib – Coletivo das Mulheres Ciganas do Brasil

14) Associação Nacional das mulheres ciganas

15) Associação Cigana de Marizópolis


16) Associação Raimundo de Doca Gadelha – Sousa/PB 
   Email: nestorcigano133@gmail.com  

17) União Cigana do Brasil – Presidente: Marcelo Vacite

18) Confederação Brasileira Cigana – CBC

19) Associaçao de Preservação da Cultura Cigana do Parana – APRECI
Email: claudioiovanovitchi@gmail.com

20) Federação Cigana de Minas Gerais – FEMICI

21) Associação de Preservação de Cultura Cigana do Estado do Ceará – ASPRECCEC


22) Associação Comunitária de Igualdade Racial dos Povos Tradicionais Iporá – Goiás – ACOPT –

23) Associação Beneficente Cultural e de Desenvolvimento Social dos Povos Ciganos do Brasil - Abecc – CE

24) Centro Calon de Desenvolvimento Integral – C.C.D.I 

25) Associação Estadual Cultural de Direitos e Defesa do Povo Cigano de Alagoas

26) Associação Coração Gitano

27) Coletivo Ciganagens 

28) Comunidade Cigana de Vicente Avelino - Rio Grande do Norte.



terça-feira, 23 de abril de 2024

Caminhos Ciganos é selecionado para o FICA 2024

O curta-metragem concorrerá na Mostra de Cinema Indígena e de Povos Tradicionais do 25 Festival Internacional de Cinema Ambiental

Caminhos Ciganos (24’, 2023) foi um dos curta-metragens selecionados para participar no 25º Festival Internacional de Cinema Ambiental (FICA), com o tema “Tecnologia, Inovação e Mudanças Climáticas”.

O filme será exibido na Mostra de Cinema Indígena e de Povos Tradicionais. Novidade neste ano, a mostra é dedicada a exibição de filmes de cineastas indígenas e de comunidades tradicionais, com premiação para longas e curtas-metragens.

53 produções audiovisuais se inscreveram para a Mostra Indígena e de Povos Tradicionais. Do Brasil, de estados como Roraima, Amazonas, Bahia, São Paulo, Mato Grosso e Minas Gerais e apenas seis foram selecionados.

Dirigido por Aluízio de Azevedo e codirigido por Rodrigo Zaiden e Karen Ferreira, Caminhos Ciganos aborda e tece relações, por meio do audiovisual entre diferentes comunidades ciganas brasileiras do tronco étnico Calon e entre distintas comunidades de Brasil e Portugal.

Para saber mais, acesse o site do filme Caminhos Ciganos.

A produção é realizada por meio de seleção no edital Cine Motion 2021 da Secretaria de Estado de Cultura, Esportes e Lazer de Mato Grosso (Secel-MT), com o apoio da AEEC-MT, GIZ, Ministério Público Federal (MPF), Assembleia Social, Prefeitura Municipal de Tangará da Serra.

Para conhecer todos os filmes selecionados para as mostras competitivas, basta acessar ao link: https://fica.go.gov.br/filmes-em-competicao/

Panorama da produção cinematográfica ambiental

Neste ano, 1.078 produções foram inscritas para participação no Festival, que será realizado de 11 a 16 de junho, na cidade de Goiás (GO e vai destinar premiações que variam de R$ 5 mil a R$ 35 mil, além de troféus e menções honrosas.

As comissões responsáveis pela avaliação do material audiovisual são formadas por profissionais com notória experiência e conhecimentos na área e, em sua maioria, estão compostas por membros escolhidos a partir de chamada pública, contando também com indicações da Universidade Estadual de Goiás (UEG) e do Conselho Estadual de Cultura do Estado de Goiás.

De acordo com o site do festival, a temática foi escolhida para fazer coro com as metas da COP30, que ocorrerá em 2025, em Belém do Pará, no Brasil.

“o objetivo é trazer para os holofotes o debate sobre o papel da tecnologia na transição em direção a uma economia de baixo carbono e alinhar o festival com os debates que ocorrem rumo à COP-30, em 2025, na cidade de Belém”, diz trecho no site.

O FICA - 25 Anos de História

O primeiro festival de cinema a abordar a temática ambiental do Brasil e um dos pioneiros no mundo, completa bodas de prata no ano de 2024. Consolidado como um dos eventos mais expressivos no gênero, o festival é referência tanto no cenário nacional quanto internacional.

A cada ano, nas telas do histórico Cine Teatro São Joaquim, na cidade de Goiás, é exibido um recorte do que há de mais novo, relevante e inquietante em termos de filmes que tratam da relação entre ser humano e natureza.

O Fica é um fórum de debates ambientais de alto nível, reunindo sempre grandes pensadores e líderes internacionais para discutir o presente e o futuro do planeta e da humanidade.

Por suas sessões de cinema e debates ambientais já passaram os mais importantes nomes do cinema e do meio ambiente no Brasil e no mundo, como Arnaldo Jabor, Cacá Diegues, Eduardo Escorel, Nelson Pereira dos Santos, João Batista de Andrade, Marina Silva, Miriam Leitão, Washington Novaes, entre outros.

Imagem do filme em Saintes-Maries-De-La-Mer, França, na Festa de Santa Sara kali

O Fica é inseparável da cidade de Goiás. Foi parte importante do processo que levou ao reconhecimento da cidade como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco e segue contribuindo com a economia e a cultura da antiga capital do estado, parceira de sua realização.

Realizado pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), o festival conta com a correalização da Universidade Federal de Goiás (UFG) e da Fundação de Rádio e Televisão Educativa e Cultural (Fundação RTVE).

Assessoria de Comunicação do filme Caminhos Ciganos, com informações do Site do FICA